quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Autor do mês de Novembro

Sophia de Mello Breyner Andresen



Sophia de Mello Breyner Andresen é uma das maiores poetisas e contistas portuguesas contemporâneas – um nome que se transformou em sinónimo de Poesia e de musa da própria Poesia.

Nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1919, no seio de uma família aristocrática. De origem dinamarquesa por parte do pai, a sua educação decorreu num ambiente católico e culturalmente privilegiado que influenciou a sua personalidade. Aos três anos tem o primeiro contacto com a Poesia, quando uma criada lhe recita A Nau Catrineta, que aprenderia de cor; o seu avô ensinou-a a recitar Homero, Camões e Antero de Quental. Aos doze anos escreve os primeiros poemas. Frequenta o Colégio do Sagrado Coração de Maria, no Porto, até aos dezassete anos.

Em 1936 vem viver para Lisboa onde o seu fascínio pela cultura grega a leva a estudar Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade. Aqui inicia uma importante actividade de intervenção cívica e de oposição ao regime de Salazar, tendo sido dirigente de movimentos universitários católicos.


Em 1944 publica o primeiro livro Poesia, uma edição de autor de 300 exemplares, paga pelo pai, que sairia em Coimbra por diligência do amigo Fernando Vale. Esta obra integra alguns poemas escritos com apenas catorze anos e marca o início de um fulgurante percurso poético.

Em 1946 casa-se com o advogado e jornalista Francisco Sousa Tavares com quem tem cinco filhos. Continua uma intervenção política empenhada e a sua Poesia ergue-se como voz da liberdade face ao regime, principalmente em Livro Sexto (Grande Prémio de Poesia da Sociedade Portuguesa de Escritores). Foi sócia fundadora da “Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos”. Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, foi deputada à Assembleia Constituinte.

O ambiente da sua infância reflecte-se em imagens presentes na sua obra, sobretudo nos livros para crianças. Os verões passados na praia da Granja e os jardins da cada da família ressurgem em evocações do mar ou de espaços de paz e amplitude. A civilização grega é igualmente uma presença recorrente nos versos de Sophia, através da sua crença profunda na união entre os deuses e a natureza, tal como outra dimensão da religiosidade, provinda da tradição bíblica e cristã.

A sua actividade literária e política pautou-se sempre pelas ideias de justiça, liberdade e integridade moral. A depuração, o equilíbrio e a limpidez da linguagem poética, a presença constante da natureza, a atenção permanente aos problemas e à fragilidade da vida humana são características marcantes da sua Poesia.

Luz, verticalidade e magia são presença constante, não só na obra poética, mas também nos contos para crianças que, inicialmente destinados aos seus cinco filhos, rapidamente se transformaram em clássicos da literatura infantil portuguesa, marcando sucessivas gerações de leitores com títulos como O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana, A Menina do Mar, Noite de Natal ou A Floresta. É ainda autora dos ensaios Cecília Meireles, Poesia e Realidade e O Nu na Antiguidade Clássica, bem como dos escritos para teatro e O Bojador e O Colar, para além de trabalhos de tradução de Dante, Shakespeare e Eurípedes.

O seu valor, como poetisa e figura da cultura portuguesa, foi reconhecido através da atribuição do Prémio Camões em 1999. Faleceu em Lisboa a 2 de Julho de 2004.

 

Bibliografia

Poesia

• Poesia, 1944
• Dia do Mar, 1947
• Coral, 1950
• No Tempo Dividido, 1954
• Mar Novo, 1958
• O Cristo Cigano, 1961
• Livro Sexto, 1962
• Geografia, 1967
• Grades, 1970
• 11 Poemas, 1971
• Dual, 1972
• O Nome das Coisas, 1977
• Navegações, 1983
• Ilhas, 1989
• Musa, 1994
• Signo, 1994
• O Búzio de Cós e Outros Poemas, 1997

 

Contos

• Contos Exemplares, 1962 *
• Histórias da Terra e do Mar, 1984 *

Literatura Infantil

• A Menina do Mar, 1958
• A Fada Oriana, 1958 *
• Noite de Natal, 1959
• O Cavaleiro da Dinamarca, 1964 *
• Os Três Reis do Oriente, 1964
• O Rapaz de Bronze, 1965 *
• A Floresta, 1968 *
• A Árvore, 1985 *

Ensaio

• Cecília Meireles, 1958
• Poesia e Realidade, 1960
• O Nu na Antiguidade Clássica, 1975

Tradução

• A Anunciação de Maria (Paul Claudel)
• O Purgatório (Dante)
• Hamlet (William Shakespeare)
• Muito Barulho por Nada (William Shakespeare)
• Medeia (Eurípedes)
*Estas obras estão disponíveis na Biblioteca da nossa Escola!
Boas Leituras!!!





















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